Publicado em: 25/07/2013

25/07/2013

Trabalho de Conclusão de Curso de ex-aluno é publicado como livro

O jornalista Cássio Santanelli, ex-aluno do curso de Jornalismo das Faculdades Integradas Rio Branco, lançou, no dia 20 de julho, o livro-reportagem "Guiné-Bissau: Confrontos e Contrastes - Três meses após o 12 abril". A obra é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso e relata as experiências vividas no país, três meses após o quinto golpe de Estado que sofreu.

Além da cobertura jornalística sobre os principais problemas sociopolíticos, segundo Cássio Santanelli, o livro revela aspectos de sua vida pessoal aliados aos desafios que envolveram a realização de seu trabalho, sendo recomendável aos que se interessam pelo jornalismo literário e pelos assuntos pertinentes ao país africano.


Cássio Santanelli no lançamento do livro

A realização do livro-reportagem foi orientada pela coordenadora do curso de Jornalismo da Rio Branco, Patrícia Rangel, e a monografia "Instabilidade sociopolítica na Guiné-Bissau: a cobertura internacional mediante o jornalismo literário" foi orientada pela professora Patrícia Ceolin.

Abaixo, Cássio Santanelli conta um pouco mais sobre a elaboração do TCC, orientado pela coordenadora do curso, Patrícia Rangel, que deu origem ao livro.

Fale um pouco sobre o que é o seu livro.
CÁSSIO: É um livro-reportagem fruto do Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo, que realizei individualmente. Tive a oportunidade de ir à Guiné-Bissau em julho de 2012, três meses após o quinto golpe de Estado de sua história. Foi um trabalho que abrangeu o Jornalismo Internacional, o Jornalismo Literário e o Fotojornalismo. O livro descreve diversos aspectos do país, sem deixar de destacar o golpe militar ocorrido no dia 12 de abril daquele mesmo ano.

Como foi a escolha do tema? Qual sua motivação?
CÁSSIO: Sempre fui fascinado pelo Jornalismo Internacional. Então, desde que ingressei na faculdade, queria realizar um Trabalho de Conclusão de Curso que envolvesse essa área. Queria aproveitar a oportunidade do TCC para fazer um trabalho que realmente pudesse enriquecer a minha vida profissional, que pudesse me abrir portas para conseguir trabalhar em coberturas internacionais. Em 2008, li um livro do burquinense Joseph Ki-Zerbo intitulado "Para quando a África?". Esta obra fez com que eu me interessasse muito mais pelas nações subdesenvolvidas. A escolha da Guiné-Bissau surgiu em 2010. Estudei por doze anos no Colégio Madre Paula Montalt, uma instituição pertencente às Escolápias brasileiras, religiosas da congregação católica Filhas de Maria - Religiosas das Escolas Pias. Durante todos esses anos estudando lá, não sabia que elas tinham uma missão em solo guineense. Fui descobrir só em 2010. Com isso, me interessei pelo país e comecei a estudá-lo. Conversei com as irmãs e elas amaram a minha ideia. O corpo docente da faculdade também gostou. O golpe de Estado ocorrido em 2012 deu mais motivação, pois eu já estava decidido de que iria realizar o livro sobre o país. Então quis desbravar toda a complexidade por trás do golpe ocorrido.

Como foi o trabalho de campo para poder produzir o material?
CÁSSIO: A parte prática do trabalho foi realmente bem grande e me satisfez de uma maneira muito positiva, o trabalho de campo me deixou muito empolgado. Ele começou em São Paulo, onde entrevistei três pessoas. Passou por Belo Horizonte e chegou até a Guiné-Bissau. Fui à capital Bissau, ao setor de Quinhamel e à Ilha de Bubaque. Foram pouco mais de 35 entrevistas, diversas fotos e a potencialização de uma das ferramentas mais importantes do jornalismo: a observação. É interessante, pois ver com os próprios olhos é algo totalmente diferente dos livros que li e das pesquisas que fiz! E lá é muito quente. Imagina andar nesse calor, ‘caçando' fontes, fotografando e realizando entrevistas! Foi uma experiência ótima! Por isso eu gosto tanto do Jornalismo Internacional. Gosto dos desafios que o envolvem! O bom é que durante toda a realização dessa pesquisa de campo, não fui, em nenhum momento, impedido de realizar o meu trabalho. Muito pelo contrário. Recebi apoio de diversas pessoas, incluindo os guineenses que conheci. Deu pra perceber que eles estavam contentes por um brasileiro estar lá fazendo um trabalho sobre o país deles. Tudo isso é muito gratificante.